T02 Ep03 O caso Joelson Ramos

O caso 



    Joelson Ramos de Sousa morava no bairro da Marambaia, na cidade de Belém, no Para.

 




         Ele tinha 4 irmãos, mas após o falecimento da mãe, seu pai, Jorge Damião de Sousa, decidiu voltar para o seu Estado natal, Amapá e morar em sua cidade, Tartarugalzinho.  Todos os irmãos foram com o pai, exceto Joelson, que preferiu ficar em Belém, com a família da mãe.

 

         No ano de 2006, Joelson viajou até o Amapá de férias, para ficar um pouco com seus irmãos, sobrinhos, com seu pai. Joelson tinha 27 anos.

    

    Durante as férias, por acaso, ele conhece Savana. Joelson não se apaixona logo de cara, mas ele fica muito interessado naquela amapaense. Eles trocam numero de telefone e redes socias.

 





         A partir daquele encontro, a vida de Joelson mudaria. Mas ele não tinha como saber que naquele momento, seus dias estavam contados.

 

         Savana Nathalia Barbosa Cruz, natural do Amapá. Foi criada pela avó, que era lavadeira, após fugir da casa da mãe, depois de anos sendo abusada sexualmente pelo padrasto. O pai, que era vivo, não tinha contato com ela. Os dois só começaram a ter uma relação mais próxima, quando Savana já era adulta. Ele morava na mesma cidade e tinha se consagrado pastor de uma congregação evangélica.

 


         Savana chegou a começar a faculdade de Filosofia (o que, eu achei no minimo, curioso, mas vocês já irão entender o porquê), mas abandonou o curso e foi morar sozinha.

 

         Em 2006, ela conhece Joelson e depois que ele volta para Belém, eles mantem um relacionamento virtual. Troca de mensagens constantes, ligações....

 

         Até que 2008 chega. Savana trabalhava em um supermercado em Macapá. E foi no supermercado, que ela conhece Raimundo.





         Mas Raimundo não era um colega de trabalho. Ele trabalha como mototáxi e ia as vezes levar uma amiga dela e que tambem trabalhava no supermercado. Um dia, Raimundo depois de deixar essa amiga no supermercado, pede que ela entregue um recado a Savana, falando do interesse dele nela e que ele queria muito poder conhece-la melhor.

 

         Savana no inicio não se entusiasmou muito. Em uma entrevista, ela chega a dizer que ela não tinha atração por homens pretos então, ela não ficou interessada no primeiro momento. Mas depois de um tempo e insistência, ela topou conhece-lo melhor e acabou se apaixonando.

 

         



 

         Ela continuou seu relacionamento com Joelson como se nada estivesse acontecendo. Continuou pedindo ajuda financeira, continuou aceitando presentes, continuou alimentando aquela relação a distancia. O que os olhos não vem o coração não sente né?

 

         E se você, acha que já tem bastante gente nessa história.... Errou de novo.

 

         Além de Savana, Joelson e Raimundo, ainda existiam outras 3 pessoas nesse relacionamento: a esposa e os dois filhos de Raimundo. Isso mesmo, Raimundo era casado e pai de duas crianças.

 

         Savana sabia disso e aceitou. Aceitou ser amante dele sob a promessa mais antiga do mundo: a de que o homem casado largaria o casamento infeliz e os filhos, para viver livremente com a mulher que era realmente o amor da sua vida. E como muitas vezes acontece com promessas: essa nunca foi cumprida.

 

         A própria Savana admite que ela tinha uma relação muito forte com Raimundo, principalmente fisica. Era tudo muito intenso entre eles. Devia ser a adrenalina da esposa dele acabar descobrindo que dava o toque de emoção imagino.. Com o Joelson era algo so virtual, frio.

 

         Joelson, sem saber de nada, continuava mandando presentes por correspondência. Uma vez chegou a enviar para Savana R$ 2 mil em dinheiro.

 





         Para ele, aquela relação era séria e que seria pra vida inteira. Eles faziam planos.

         Joelson era vigilante e tambem técnico em informática. Trabalhava em uma faculdade particular.

 

         Eu não consegui informações sobre relacionamentos amorosos anteriores do Joelson, mas com certeza, para ele, o que ele tinha com a Savana era uma relação solida e que por aquela relação, ele faria de tudo.

 

         Os dois já se escreviam pelo Orkut, pelo Facebook há muitos anos e Joelson queria mudar aquela situação. Ele queria estar com Savana.

 

         E em 2011, ele estava decidido que ela era a mulher da vida dele e que não fazia mais sentido ficarem longe um do outro.

 

         Em abril de 2011, Joelson ligou para o pai e para o irmão, José Damião Sousa Filho, que ele já não via há 2 anos e diz que vai pedir demissão do trabalho na faculdade e abrir uma lanchonete em Macapá com Nathalia, que era como a família conhecia Savana. Ele pediu ao pai, um empréstimo de R$ 10 mil reais, para abrir a lanchonete.

 






         Estava tudo combinado. Ele e Savana ficariam juntos em Macapá. Porém, nem todo mundo estava feliz com isso.

 

         Joelson pede demissão e começa a arrumar a mudança. Ele contrata um kombeiro para ir levando as coisas dele, de Belém, para Macapá. Ele marcou uma data e no dia marcado, o kombeiro aparece, um homem chamado Raimundo.


 

         Raimundo vai, no mês de abril, 2 vezes na casa de Joelson para pegar as coisas para a mudança e 1 vez no mês de julho.

 

          Na primeira, ele leva fogão, maquina de lavar, micro-ondas, liquidificador, geladeira..

 

         Na segunda, ele leva um jogo de mesa.

 

         Na terceira e ultima vez, ele leva computador, cama, cômoda, mesinha de computador e um envelope fechado contendo R$ 2 mil que deveria ser entregue nas mãos de Savana assim que a kombi chegasse em Macapá.

 

 

         A distancia de Belém para Macapá além de grande, atravessa a Ilha de Marajó inteira, a viagem geralmente é feita de avião ou de carro ate uma parte, depois barco... É um rolê inteiro pra chegar lá. Eu nunca fui a região norte, morro de vontade de ir, acho que o brasileiro não conhece o suficiente os estados do Norte e deveriam, então não tenho como dizer se é o um trajeto difícil ou não. Mas mesmo que fosse, a kombi nunca saiu do Pará.

 

         Na verdade, tudo estava sendo levado para uma quitinete onde savana morava, na cidade de Santa Izabel, há somente 1 hora de distância.

 

         Sem ter a menor ideia, Joelson estava ajudando a mobiliar a quitinete que Savana dividia com Raimundo Nonato Ferreira dos Santos, o homem que ela tinha se apaixonado e também, o kombeiro contratado para fazer a mudança.


         Por mais incrível que isso seja, e maldoso, Savana e Raimundo armaram para que, ele fizesse a suposta mudança de Joelson e eles ficassem com todos os pertences de Joelson para eles.

 

         Dos R$ 2 mil, Raimundo pegou R$ 500 e viajou. Savana chateada e sem noticias do amante, liga para Joelson, após dois dias da saída da kombi de Belém, dizendo que o kombeiro havia fugido com as coisas e que ele precisava ir a delegacia fazer um BO de roubo pra policia ir atras dele.

 

         Joelson abre o boletim de ocorrência no dia 04 de julho relatando a historia da mudança e que, ele havia sido roubado.

 

         Mas Raimundo volta e savana, aliviada por ver seu amado novamente e ao lado dela, pede pra que Joelson retire a queixa, dizendo que tinha sido engano e que a mudança havia sido entregue.

 

         Aqui, a gente pode ter certeza de que Savana estava absolutamente doente de amor pelo Raimundo, a ponto de não conseguir e ficar desesperada só com o fato dele não estar perto dela.  Correndo até o risco deles serem descobertos, pra ter ajuda da policia só para encontra-lo.

 

         A casa agora já estava praticamente vazia. Agora era hora de Joelson ir morar definitivamente com Savana em Macapá. Porém, não eram esses os planos de Savana.

 

         Joelson comprou passagem para Macapá via barco. Ele viajaria no dia 11 de julho.

 

         Sabendo disso, Savana não podia adiar mais: Joelson precisava morrer.

 




         No dia 10 de julho, véspera da viagem de Joelson, Savana e Raimundo saem de Santa Isabel por volta no fim da tarde, inicio da noite . Chegando em Ananindeua, eles param no Supermercado Líder, que fica na BR-316.

 

         Câmeras de vigilância registram eles andando pelo supermercado tranquilamente, enquanto escolhem o que vão levar. Enquanto pensam nos itens que eles irão precisar usar em poucas horas.



         As 21:09, eles passam pelo caixa e pagam pelas compras com uma nota de R$ 100. Dinheiro do Joelson. Compraram uma faca, pacote de saco de lixo 100 litros, desinfetante Pinho Sol, uma escova de cabelo, pastilhas Tic Tac, um Hidrante Paixão, uma saboneteira e um leite condensado. A lista esta lá no blog. O porquê da saboneteira, do hidratante e do leite condensado.... Eu não faço ideia.

 




        

         Os dois passam pelas câmeras abraçados, levando as bolsas, num comportamento normal, de quem esta só fazendo compras do dia a dia.

 

         O casal pede um taxi e as 21:30 eles entram no carro.

 

         Raimundo pergunta ao motorista se ele conhece algum motel ali mesmo pertinho. O motorista indica o motel Colonial, que tinha na fachada o nome de Pousada, na verdade. Com o preço de R$ 15 reais o quarto.

 




         Faltando 20 minutos para as dez da noite, o casal chega ao motel.

 

         A recepcionista pede o RG de Savana, que diz não ter. Eles pedem dois quartos.

 

         Savana vai para o quarto 403. Raimundo para o quarto ao lado, 405.

 





         Raimundo e Savana já haviam combinado entre si, os próximos passos. Savana ligaria para Joelson. Quando ele chegasse, ela deixaria a porta aberta.


    Usando de alguma desculpa, ela iria distrair Joelson e assim que ela desse 1 toque no celular de Raimundo, ele deveria sair do quarto 405, com a faca na mão, entrar no quarto e matar Joelson.

 

         Já no quarto, Savana liga para Joelson e diz que está em Ananindeua, no motel Colonial o aguardando.

 

         Vamos parar um minuto aqui pra pensar: eles estavam num relacionamento a distância já tinha uns bons 5 anos. Nesses 5 anos, ele só se viram 1 vez, a primeira, que foi quando eles se conheceram. Falta horas pra você ir para Macapá, que fica há horas e horas de distancia. Do nada, não só a pessoa que deveria estar te esperando lá, te liga dizendo que esta na sua cidade, como ela está em um motel. Eu não posso falar por você, mas eu desconfiaria. E muito. Ele pode ter achado que era uma surpresa dela? Pode. Pode ter pensado que ela foi lá busca-lo pra irem embora juntos no dia seguinte? Pode! Ele podia nem ter pensando em nada disso e só pensado que ele ia finalmente ficar com ela depois de 5 anos de espera? Tambem pode!

 

         Ele em algum momento desconfiou? Não!

 

         Quando Savana ligou, Joelson estava perto da lanchonete que a prima tinha e ele não pensou duas vezes, pediu pra um dos motoboys dela, levar ele até o endereço que Savana indiciou.

 

         Ele para em uma farmácia pra sacar dinheiro em um caixa do banco 24 horas e comprar algo, que espero que tenha sido camisinha. Porque... sexo seguro né crianças. Sem camisinha, sem sexo. Apesar das expectativas de Joelson, não era sexo ou amor o que ele encontraria naquele quarto de motel.

 



 

         As 22:29, Joelson chega ao Colonial. A recepcionista avisa que ele chegou, libera a entrada e ele entra no motel a pé. Nas câmeras, é possivel ver toda a movimentação de Joelson na entrada do motel. Aquela era a ultima vez que ele foi visto vivo.

 

         Savana conta que ao abrir a porta, estava muito nervosa, com as mãos tremendo e que notando isso, Joelson perguntou o porque dela estar tão nervosa. Ela fala que é por ve-lo e que, isso de acordo com o que ela conta, ele não deveria ter ido. No que ele responde que ela ligou chamando ele, então não teria o porque dele não ir.


         Eu, particularmente, não acredito que esse dialogo tenha acontecido. A maneira que ela saiu do quarto na madrugada, me da certeza disso, mas vamos voltar a linha do tempo.

 

         Joelson chegou, ela abriu a porta, ele entrou. Conforme combinado, Savana deixa a porta aberta. Joelson tira a blusa e deita na cama de lado, de costas pra porta.

 

         Savana, diz que vai ao frigobar, que fica um pouco distante da cama, pegar algo pra beber. É quando ela liga para Raimundo. Era o sinal que ele estava esperando.


         Joelson se assusta ao ver Raimundo dentro do quarto e tenta gritar. Savana tampa a boca dele enquanto Raimundo desfere 10 facadas nas costas de Joelson e outras 3, no peito.

 

        

         Joelson está morto aos 32 anos.

 

         Depois de confirmarem que ele já não esta vivo, os dois arrastam o corpo até o banheiro e ligam o chuveiro.

 

         Como tirar aquele corpo dali agora? Lembram das compras? Além da faca eles compraram sacos de lixo. Joelson sairia dali neles. Em pedaços.

 

         Enquanto Raimundo deixava Joelson embaixo do chuveiro, Savana voltou para dentro do quarto e começou a limpar todo sangue que ela podia ver.

 

         Com o desinfetante pinho e a própria blusa de Joelson, ela limpa o quarto e tenta remover qualquer impressão digital que ela ou Raimundo possam ter deixado.

 

         Ela inclusive chega a contar, que durante as facadas, sangue do Joelson espirrou nela. 

 

         Raimundo começa a esquartejar o corpo de Joelson. Savana, temendo que o corpo fosse identificado, manda decapitar. Com o corpo já em pedaços e sem a cabeça, Savana lembra das digitais. Era melhor tirar os dedos, assim, dificultaria ainda mais que alguem descobrisse quem ele era. Ela corta o primeiro dedo. Ela diz que só cortou esse dedo e não conseguiu corta os outros, que não aguentou e que Raimundo cortou os outros 9. Raimundo, conta que foi Savana que cortou os 10.

 


ALERTA CONTEÚDO EXPLICITO ⚠️










         Os dedos foram jogados no vaso sanitário um por um, descarga após descarga.

 

         Eles colocaram o tronco, pernas e braços nos sacos plásticos. A cabeça, dentro de um saco de lixo e por fora, um dos sacos do supermercado.

 

         E agora? O plano era tirar ele dali, mas como? O quarto aonde eles estavam não tinha garagem. Era distante da entrada do motel, já que ficava nos fundos.... como o Doutor Carlos Faria sempre diz nos programas em que ele vai: é de uma pobreza intelectual imensa.

 

         Não tinha como se retirar 3 sacos cheios e pesados do motel sem ser pego. O jeito era deixar no quarto.

 

         Mas não antes de roubar o morto. Eles levam os documentos dele, cartões de banco, o relógio que ele usava e todo o dinheiro que ele tinha acabado de sacar.

 

         Raimundo volta para o quarto 405. De lá ele paga o quarto e pede um taxi. A meia noite e 50 o taxi chega e levando a sacola com a cabeça de Joelson, ele vai embora.

 

         Quinze minutos depois, savana é vista saindo do quarto 403, bebendo uma cerveja e indo em direção a entrada. Ela paga pelo quarto e avisa que o homem que estava com ela, decidiu pernoitar no quarto.

 

         Raimundo ficou próximo a uma pizzaria na BR-316. De lá, jogou a cabeça em uma lixeira que ficava em frente a uma revendedora de carros.

 

         O taxista que levava Savana a deixou próximo a uma lanchonete. Daquele lugar, ela foi até o Terminal Rodoviário e encontrou com Raimundo.

 

         Savana entrega a chave da casa de Joelson e manda Raimundo ir ate lá.

 

         Ele chama um mototáxi as 1:30 da manha e vai até lá. Savana fica na rodoviária aguardando.

 

         Quase 4 da manha ele volta com uma mochila nas costas e um saco branco: mais uma vez, Joelson era roubado.

 

         E não parou por ai.

 

         Os dois, pararam em uma lanchonete. Depois de tudo aquilo, eles aparentemente ainda tinham estomago para comer. No balcão da loja, eles se abraçavam e se beijavam enquanto comiam, bebiam cervejas e Raimundo fumava um cigarro atras de outro.




 

         Mais tarde naquele mesmo dia, Savana usou o cartão de Joelson e sacou R$ 800 da conta dele.

 

         Lá no motel Colonial, as moças que limpavam os quartos, começaram a achar estranho aquele hospede do 403 ainda não ter pedido café ou ter feito algum barulho. Parecia não ter ninguém dentro do quarto.

 

         Após diversas tentativas de chamar, bater na porta, uma delas resolve pegar a chave mestra e abrir o quarto. A porta não estava fechada.

 

         Ao entrar e chegar no banheiro, ela se depara com o corpo dentro de sacos de lixo. Imediatamente ela liga para o dono do motel e avisa que um crime tinha acontecido. Eram 10 da manha do dia 11 de julho de 2011.

 

         A policia não demora muito a chegar.

 

         O corpo é encontrado dentro dos sacos de lixo sem a cabeça e todos os 10 dedos das mãos.


         A pericia criminal é chamada.

 





         No local de crime começam a ser recolhidos diversos vestígios. 

 

         O perito recolhe pegadas, manchas de sangue, impressões digitais, embalagem de uma escova de cabelo (aquela que ela comprou ), embalagem de tic tac...

 

         A noticia de um corpo encontrado num quarto de motel esquartejado, logo está nos jornais locais. E já na hora do almoço, toda a cidade sabe o que havia acontecido na noite anterior.

 

         Mas de quem seria aquele corpo? Ninguém sabia. Nem a recepção do motel, porque, parece que ninguém era obrigado a apresentar um documento de identificação ou um nome na portaria.

 

         Atraves dos códigos de barra dos produtos, a policia conseguiu rastrear aonde eles tinham sido distribuídos e que foram vendidos na noite anterior.

 

         Os vídeos do supermercado não tinham uma qualidade muito boa e dos ângulos que estavam, não foi possivel ver com clareza os rostos das pessoas, mas dava pra saber que era um casal.

 

         Durante um programa ao vivo, a tia de Joelson reconhece as roupas da vitima encontrada. Ela liga para o programa e relata, ao vivo, as roupas que ele usava da ultima vez que tinha sido visto. O policial que tambem estava ao vivo, confirma que a descrição dela, batia com as roupas encontradas.

 




         A tia, durante o programa, conta que ele estava sumido desde as 8 da noite do dia anterior e que ele estava de mudança para morar com uma namorada.

 

         Só que não era só a tia de Joelson que estava assistindo ao programa. Raimundo tambem estava.

 

         Até aquele dia, 12 de julho, ele e Savana estava ainda na quitinete. Inclusive Savana tinha ido novamente ao banco sacar mais R$ 130 da conta de Joelson.

 

         Depois de ver a repercussão do caso, que a família já havia reconhecido e que sabiam da existência de Savana, os dois decidem fugir.

 




         Eles foram para varias cidades, ate chegarem em Novo Repartimento, ainda no Estado do Pará.

 

         Pelas câmeras de segurança do motel, a policia conseguiu pegar as placas dos taxis que levaram os dois, a moto que levou Joelson e os taxis que depois pegaram eles no motel.

 

         Os taxistas deram as caracteristicas das pessoas que eles transportaram. A partir dai, foram feitos retratos falados.

 

        


         O tio de Joelson, Marihugo Siqueira, foi ate o Centro de Pericias Cientifica Renato Chaves, reconhecer o corpo no dia 13 de julho, mesmo que, vendo as roupas, uma marca no braço que ele tinha, foi feito um pedido de DNA para comprovar, já que as o corpo estava em partes, pra ter certeza de que todas as partes pertenciam a mesma pessoa.

 





         Do IML, o corpo saiu para ser enterrado, sem velório, no Cemitério São Jorge, no bairro de Marambaia, Belém.

 




         Com o corpo já identificado, a policia se dirige a casa de Joelson. Lá eles encontram algumas anotações de Joelson e entre essas anotações, o nome completo, Rg e CPF de Savana Nathalia.

 

         Eles tambem conseguem acesso aos perfis sociais de Joelson no Orkut (RIP) e do Facebook. Uma das poucas pessoas que ele seguia, tinha o mesmo nome que estava anotado. E pelas fotos do perfil de Savana, a policia consegue localizar aonde ela morava.

 

   

         A policia conseguiu localizar a quitinete onde Savana e Raimundo estavam morando em Balneário Porto de Minas que ficava em Santa Isabel. Eles não estavam lá, mas todos os moveis e coisas da casa de Joelson estavam. Bingo: aqueles eram os assassinos.

 

         Até o Boletim de ocorrência que o Joelson havia feito, estava lá.

 

         O retrato falado da mulher que tinha se encontrado com ele, era muito parecido com Savana.

 

         A policia começou a rastrear os passos dos dois.

 

         E após 31 dias do crime,11 de agosto de 2011,  Savana e Raimundo foram localizados e presos.

 

         Savana foi presa dentro de um barco, quando chegava na cidade de Almerim, já quase na divisa do Para com o Amapá.

 





         Raimundo foi preso em Novo Repartimento, enquanto um irmão, Francisco Ferreira dos Santos, estava levando dinheiro para ele.

 

         Com Raimundo, foi apreendido dois RG. Uma em seu nome e outra em nome de Marcelo Damasceno Brito, mas sem foto.

 




         Raimundo confessou que comprou o RG por R$ 50 e que iria colocar a foto dele no RG e fugir para o Maranhão, onde era nascido.

 

         E ai, começaram as versões acusatórias. O eu não fiz quem fez foi ele. Como sempre acontece quando crimes são cometidos em dupla.

 

         O delegado do caso, Luís Xavier, tinha certeza da premeditação do crime. O que era negado por Savana.

 

         A defesa dela alegava que, com medo e sendo ameaçada por Raimundo, ela foi coagida, a participar do crime, sob forte ameaça e que ele, queria matar Joelson por ciúmes, porque descobriu que ela mantinha contato com ele. 

 




         Já a defesa de Raimundo, alegava que tudo havia sido ideia de Savana. O proposito dela, era tentar ganhar e tirar de Joelson o máximo que pudesse, mas quando ele decidiu que iria morar com ela, Savana o convenceu que eles precisavam dar um fim a Joelson.

 





         Sobre o assassinato, Savana nega ter participado. Ela ficou de costas o tempo inteiro. Ajudou a arrastar o corpo e ate chegou a cortar um dedo, mas não o esfaqueou e nem o esquartejou. Não sabia o que ele havia feito com a cabeça e ela queria muito que Joelson não tivesse ido. Que ela pediu muito que ele não atendesse ao telefone ou que não pudesse ir, mas que depois dele lá, ela não podia contar que ele seria assassinato.

 

         A historia de Raimundo é bastante diferente. Savana estava planejando tudo há alguns meses. Quando ele entrou no quarto, esfaqueou Joelson a pedido de Savana e que a decapitação foi ideia dela, assim como ela, decepou todos os dedos.

 

         Em novembro do mesmo ano, os dois foram a julgamento por latrocínio e ocultação de cadáver.

 

         Savana foi condenada a 27 anos e 8 meses e Raimundo a 27 anos e 5 meses, inicialmente em regime fechado.

 

         A pena foi agravada pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa da vitima e teve, no caso de Raimundo, atenuante de ter confessado .

 

         As defesas entraram com recurso pedindo a desqualificação de latrocínio para homicídio qualificado. A lei penal considera o latrocínio, que é um crime contra patrimonio, jpa que a intenção do crime é a subtração de algo que ter por fim a morte de alguem. Ele é um crime hediondo, então tem penas mais duras e maiores, além dele não ir para o tribunal do júri, a sentença é dada pelo juiz da vara criminal. Muitos advogados preferem tentar a sorte no tribunal do júri e deixar que o conselho de sentença.

 

         A 3ª Câmara Criminal acatou parcialmente o pedido em 2014. O julgamento de 2011 foi anulado e outro foi marcado para janeiro de 2015. Mas os dois continuaram presos.

 

         O segundo julgamento aconteceu no dia 28 de janeiro de 2015.

 





         Após dois dias, no Tribunal do júri do Fórum Desembargador Edgar Lassance Cunha, em Ananindeua, os dois foram novamente condenados, porem com penas ainda maiores.

 

         Savana foi condenada a 40 anos de reclusão

 

         Raimundo a 38 anos e 6 meses.

 

         O tio de Joelson, Marihugo, lutou muito por essas condenações. Ele deu diversas entrevistas, manteve a memoria do sobrinho vivo durante anos, até que infelizmente, ano passado, ele veio a falecer vitima da Covid-19.

 



   Fontes de Pesquisa

 JusBrasil

G1 

Café com Crime

TJPA

DOL

Blog Noite Sinistra

Click PB

Amazonia Informa

Youtube

Youtube

Youtube

Blog Marcos Pimenta

Youtube

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